.

.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Travessia dos Andes (3a. Parte)


(Eu e o De Paula,

Quarta Feira, pulo da cama às 07:00, uma hora depois o apoio está nos “recolhendo”, nosso destino: Monte Aconcágua, com seus impressionantes 6.962 metros.
Neste dia fomos acompanhados pelo Mauricio, experiente guia de alta montanha, com inúmeras escaladas ao cume da montanha.
Ficamos sabendo que dois dias antes um guia local morreu na montanha em um acidente. O local é inóspito e não permite aventuras.
No nosso caso, nada a se preocupar, pois tratava-se apenas de um passeio pela base da montanha, chegaríamos ao máximo a 3.400 metros.


(Inicio da Caminhada)

O percurso começa com uma longa estrada de concreto, que depois transforma-se num caminho pedregoso e empoeirado.
Caminhamos em um vale entre altas montanhas escarpadas, muito vento e um frio cortante, ali tudo é super-dimensionado, é muito fácil enganar-se com as distâncias, pois tudo é muito, muito grande.
Desde o inicio da caminhada podemos ver o Aconcágua, às vezes tem-se a impressão de estar observando uma pintura, uma tela, tal a beleza e a profusão de cores.
Tivemos a sorte de observar uma avalanche na parte alta da montanha, estávamos a quilômetros de distância, mas foi bem nítido.
A parede de gelo que despencou, que do nosso ponto de vista parecia ter apenas alguns metros, conforme o guia, possui na verdade mais de 300 metros de altura.


(Avalanche)

Caminhamos uns 8km, e paramos para reagrupar, fazer um lanche, o pessoal mostrava sinais de cansaço.
Durante o lanche vários passarinhos se aproximaram e vinham comer migalhas de pão em nossas mãos.

Caminhamos mais um pouco e o guia decidiu parar a voltar, eu o De Paula e o Edson gostaríamos de continuar, mas sem a companhia do guia, nada feito.

Então o De Paula deu a idéia de subirmos uma encosta próxima, enquanto a turma ficava descansando. O objetivo era só subir, queríamos chegar a 3.400 metros.



O guia rindo, disse para seguirmos em frente. Pelas minhas contas seria moleza, rápido. Como as distâncias enganam. Levei uns 20 minutos para subir, faltou ar o tempo todo. A cada 10 passos tinha que parar um minuto para respirar, o solo é composto de pedras soltas e uns arbustos espinhentos, tinha que tomar muito cuidado para não torcer o tornozelo.
Finalmente chegamos na parte vertical, 3.352 metros, o ponto de maior altitude que alcançamos.
Muito vento, frio, fotos, ficamos um tempo sentados lá no alto, só observando a paisagem. Inesquecível.



Na volta para o carro é que pude compreender o guia, cansados, com o vento e o frio a volta foi bem cansativa. Por isso é um lugar tão perigoso. É fácil você se empolgar e continuar andando em frente, mas o preço será pago na volta.
Neste dia, tivemos o céu aberto, mas o lugar pode sofrer alterações climáticas drásticas em questão de minutos.
Quando chegamos ao carro, já estava todo mundo lá, meio que dormindo.
No hotel, despenquei na cama e fiquei desmaiado por pelo menos uma hora. Só depois fui tomar um banho, que foi um evento a parte.
Peladão embaixo do chuveiro, abro a água e ela vem gelada, ou melhor quase congelada.
Não acreditei, mas que bosta !!!! Acabou a água quente? Não é possível!
Duas alternativas: Me visto novamente e vou a recepção do hotel reclamar, e provavelmente teria que esperar um tempo para a água esquentar ou dava uma de lunático e tomava o banho gelado mesmo.
Dei uma de lunático.
Congelei, literalmente.
Depois do banho fui obrigado tomar dois chocolates quentes para me recuperar.
Acordei no outro dia meio “zureta”, depois de mais uma noite mal dormida e agora como novidade sintomas de gripe.
Hoje, faremos a fronteira com o Chile e desceremos os famosos Caracoles Chilenos.
Relato no próximo post.

-----------------------------

Não pensem que estou na moleza depois dessa viagem, já estou a todo vapor nos treinos, segue o que andei fazendo depois da volta:

13/11 – Sáb. – Corrida na areia – 13km – ritmo leve.
15/11 – Seg. – Corrida com subidas – 6km – ritmo leve/moderado.
17/11 – Qua – Natação 2.000 metros.

18/11 – Qui – Corrida (Circuito Bela Vista de Corridas), 5km – Fechei a prova com o tempo de 20:55, conseguindo um 4º. Lugar na categoria.

20/11 – Sáb – Corrida na rua – 21km – ritmo leve – tempo 02:03:05. Fiz esse treino com meu amigo Ricardo, iniciamos a corrida as 15:00, sob um sol muito quente.
Mesmo sendo um ritmo bem leve, comemoro esse treino, pois foi a primeira vez na minha vida que cobri essa distância.
Exatamente a um ano depois de começar a treinar corrida.

21/11 – Dom – Bike – 40 Km no Anel Viário Norte.
22/11 – Natação – 1.500 metros.

Abraço e bons treinos a todos.





Abraço.

4 comentários:

  1. Marcelão:

    Velho, acho que tu devia escrever um livro sobre esta viagem ... Cada vez que leio um relato da viagem, fico querendo mais ... E as fotos uma mais linda que a outra ... (To falando as paisagens-rsrsrsrs).

    Abs

    Fábio
    http://42afrente.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  2. cara, que animal as fotos e os relatos, com certeza nao quero morrer sem fazer uma aventura destas, grande abraco

    ResponderExcluir
  3. Ferreira esta aventura foi quente, hem, tirando a água do chuveiro, rs...
    Como eu disse, deve ter sido uma experiencia única na sua vida...o lugar é impressionante e lindo...

    Obrigada pelo comentário no meu blog...Agradeço todo o incentivo...

    Abraços e boa volta aos treinos, se é dizer que estava parado com toda esta aventura...

    ResponderExcluir
  4. Como sempre ótimas fotos e belos comentários...to esperando o próximo capítulo, hehe. A parte do banho eu ri pra caramba, ja passei por algo parecido.

    Aquele dia que passei por voce correndo, nem consegui parar pra gente bater um papo, foi mal, mas é que tava tentando melhorar meu tempo nos 7.5km e consegui. =) Outra hora a gente se encontra pra um papo...
    Abraço

    ResponderExcluir